dicas de visão
O papel da luz no seu dia a dia
A luz tem um papel crucial para a saúde humana, além de ser essencial para o funcionamento da visão, ela traz dicotomia ao olho, fornecendo ao mesmo tempo luz benéfica e prejudicial.
Existem luzes que são visíveis a olho nu, e luzes que não são visíveis1. A principal fonte de luz é o sol, seguido das fontes de luz artificais como lâmpadas, aparelhos eletrônicos e outras fontes. Parte do espectro de luz emitido pelo sol e pelas luzes artificiais é nocivo aos olhos, por isso, com o aumento da expectativa de vida, os olhos estão continuamente mais expostos à essas luzes nocivas2. Os raios UV e a luz azul são parte da luz que atingem os olhos:
A luz ultravioleta: é a parte da luz invisível que atinge os olhos, é uma fonte constante de dano aos olhos em potencial, independente das condições climáticas. A exposição ocorre diretamente dos raios do sol, entretanto mais de 50% da radiação UV que atinge os olhos é indireta, vindo de dispersão e reflexão por nuvens3. O olho é um órgão frágil, a exposição a estes raios afeta todas as estruturas oculares, pois eles penetram nos olhos em profundidades diferentes, podendo causar doenças como tumor de pálpebra, pterígio, ceratite ocular e a catarata. A catarata é uma doença ocular que tem como principal causa a exposição aos raios UV, isso acontece devido ao cristalino não ter a capacidade de substituir as células danificadas pelos raios UV, se tornando opaco com o passar dos anos.
A luz azul, também conhecida como luz visível, é em grande parte emitida ao ar livre pelo sol, mas também é encontrada em ambientes fechados em diodos emissores de luz (LEDs) “frios” presentes nos sistemas de iluminação da maioria das telas e lâmpadas. É dividida em duas partes: inclui tanto radiações azul-violeta prejudiciais (415-455nm) que podem danificar a retina, quanto ondas de luz azul-turquesa benéficas (465-495nm) e essenciais para funcionamento fisiológico normal durante o dia (funções de ritmo biológico).
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A luz azul turquesa é essencial para funções visuais e não visuais. É responsável pela sincronização do relógio biológico humano4. Diversas funções fisiológicas trabalham de acordo com o relógio biológico, que age como um maestro de orquestra, permitindo a expressão das atividades fisiológicas no momento certo: estado de alerta, desempenho cognitivo, memória, temperatura do corpo, pressão sanguínea, sono, humor, entre outras5.
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A luz azul violeta é a parte nociva da luz azul, correspondendo a energia mais alta da luz visível, e tem sido associada a diversos problemas oculares como: fadiga visual, olho seco, ofuscamento e danos na células da retina6. Estudos in vitro relacionaram a exposição prolongada à luz azul violeta a vários tipos de danos à retina, devido a processos oxidativos e à geração de radicais livres7. A exposição cumulativa à luz azul violeta tem efeito duplo: aumenta a produção de lipofuscina, que se acumula nas células retinianas com a idade. O acúmulo de lipofuscina nas células da retina pode contribuir para o aparecimento de drusas, que são responsáveis pela DMRI8, 9.
Frequentemente somos atingidos por várias luzes nocivas ao mesmo tempo. Além do sol, o uso generalizado de dispositivos móveis (celular, tablet, computador, etc.) oferecem, por um lado, inúmeros benefícios, porém, levaram ao aumento de uma variedade de novos problemas visuais. Estudos apontam que com o envelhecimento da população, a ocorrência de casos de problemas visuais como a catarata e Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI) vai dobrar em 30 anos10. Estima-se que em 2020, 317 milhões casos de catarata e 121 milhões de casos de DMRI:
Até os 10 anos de idade, os olhos ficam superexpostos à luz nociva, pois o cristalino e a córnea são sensíveis à luz nociva11, porém é a partir dos 40 anos que aumentam os riscos de doenças oculares, quando inicia o envelhecimento gradual dos olhos, com o aparecimento da presbiopia (vista cansada). Os níveis de antioxidantes presentes no olho diminui, enquanto a sensibilidade das células retinianas à luz nociva aumenta12. Existem outros fatores de risco que também precipitam a ocorrência de doenças oculares como genética, tabagismo, dieta, entre outros.
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Com os novos hábitos da população, fica claro que é preciso acompanhar a inevitável exposição das luzes nocivas sobre os olhos.
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